Meditação do Evangelho - 4º Domingo do Advento e reflexão sobre a mensagem de Garabandal, Pe. Viana

18-12-2022

Viver Garabandal: Trazer à Obediência!

Meditação do Evangelho - 4º Domingo do Advento e reflexão sobre a mensagem de Garabandal


Louvor a Deus +

Queridos irmãos, espero que estejam bem!

Celebramos, neste final de semana, o Quarto Domingo do Advento e, partindo das leituras que nos são propostas pela Igreja, quero meditar um pouco sobre a "Obediência" e, de modo especial, sobre o "chamado à obediência" nas Mensagens de Garabandal.

Na segunda leitura, escrevendo aos romanos, São Paulo diz que, por causa de Jesus, recebemos uma grande graça que, na verdade, é o nosso apostolado; ele ainda diz que o "fim" do nosso apostolado é "trazer à obediência da fé todos os povos pagãos" (cf. Rm. 1,5), ou seja, todos os povos devem obedecer à fé, revelada em Cristo Jesus e em Sua Igreja Católica.

Isso é fundamental, afinal, em um mundo completamente relativista, cada um segue o quer e vive como quer; isso, infelizmente, está presente em muitos discursos religiosos: "ah, não podemos ser tão duros!", "não podemos entrar nesses assuntos!", "cada um vê o que é melhor para si", "o importante é ter amor no coração!"; esses e outros pensamentos se fazem presentes em muitas das nossas comunidades e, de certa forma, acabamos dizendo que "é normal ser pagão", que "não tem problema viver no pecado", que "não é preciso obedecer à Igreja e à Fé" e, como consequência disso, as almas se perdem a cada dia.

No Evangelho, vemos uma postura totalmente diferente do que muitos estão pregando em nossos dias; nele, vemos a figura de São José, nosso Pai, que mesmo querendo abandonar Nossa Senhora em segredo, abre mão de seus esquemas e faz "como o anjo do Senhor o havia mandado" (cf. Mt. 1,24), ou seja, foi trazido à obediência através do Santo Anjo e, fez como O Senhor mandou.

Penso que, de forma geral, em Garabandal encontramos isso: o céu deseja que vivamos de acordo com a Vontade de Deus! É por isso que a Santíssima Virgem Maria, nossa mãe, vem ao nosso encontro. Ela é, em primeiro lugar, a "serva obediente do Senhor", Aquela que cumpre a Sua Vontade, sem hesitações.

Em 18 de junho, quando as videntes tiveram a primeira aparição do Anjo, após comerem maças que não eram suas, entenderam que essa aparição era, para elas, como uma exortação, como uma correção divina, diante do erro cometido (roubar maças); ou seja, aqui, como fez com São José, o Santo Anjo as trouxe à obediência.

Em primeiro de julho de 1961, quando o Santo Anjo apareceu às videntes, disse a elas: "Sabem porque é que eu vim? Eu vim para vos dizer que amanhã, Domingo, a Virgem Maria irá aparecer sobre o título de Nossa Senhora do Carmo" e, diante disso, mais uma vez foram "trazidas à obediência", e, no dia seguinte, viram a Santíssima Virgem Maria, "Nossa Mãe".

A obediência é uma virtude moral (que se conquista pela repetição, gerando um hábito) e sobrenatural (e também a adquirimos pela ajuda da graça de Deus), que nos inclina a submetermos nossa vontade à dos superiores legítimos, enquanto são representantes de Deus. Na prática, a obediência é a nossa submissão à vontade de Deus, que passa pela voz dos nossos superiores.

A obediência é, na verdade, uma virtude divina, que o Diabo não pode imitar, porque é desobediente por natureza. Espiritualmente, a obediência tem mais méritos diante de Deus do que grandes obras. Isso também está presente em Garabandal, afinal, "Nossa Mãe" disse às meninas que elas deveriam obedecer ao senhor Bispo, mesmo antes Dela, como afirmou a Conchita em uma entrevista (em 1972). Além disso, é curioso perceber que a própria Virgem Maria obedece ao senhor bispo; vejamos: em um determinado momento, o senhor bispo proíbe as meninas de irem à igreja, porque causava alvoroço e prejuízo, por causa do excesso de pessoas que as acompanhavam; diante disso, a Santíssima Virgem não entrou mais na igreja, e sempre ficava do lado de fora.

As videntes de Garabandal aprenderam a obediência com a Santíssima Virgem Maria e, por isso, eram profundamente obedientes aos bispos, aos pais e a todos aqueles que queriam fazer exames e testes com elas. Sobre elas, fizeram uma observação interessante: "tinham uma obediência cega". A própria Conchita, disse uma vez: "acima de tudo, a Santíssima Virgem quer que obedeçamos à Igreja, pois desta forma, vamos dar maior glória a Deus" (em 1965). É por isso que nós, sacerdotes, devemos ser fiéis ao Magistério da Santa Igreja e devemos pregar aquilo que a Igreja ensina em sua Doutrina, sem adulterarmos a Verdade; os leigos, devem acolher a pregação, a Doutrina e os ensinamentos da Santa Igreja e viver de acordo com a vontade de Deus. É triste, mas é uma grande verdade que estamos vivendo: "muitos cardeais, bispos e sacerdotes estão no caminho da perdição e, com eles, vão muitas almas", como disse "Nossa Mãe" em 18 de junho de 1965, e isso, porque estamos nos afastando da obediência.

A teologia por trás da obediência diz do supremo domínio de Deus e na submissão absoluta que lhe deve a criatura. Deve-se, antes de tudo, observar fielmente os mandamentos de Deus e da Igreja, e submeter-se, ao menos externamente, às ordens dos superiores legítimos com diligência, pontualidade e com espírito de obediência a Deus. Um próximo passo para evoluir na virtude da obediência seria meditar e procurar imitar a obediência de Cristo a Deus Pai; assim como era submisso a Maria e a José.

Nosso trabalho pela aquisição da virtude da obediência deve ser tal, a ponto de não se contentar em obedecer externamente, mas sujeitar internamente à vontade, ainda mesmo nas coisas custosas, contrárias à sua vontade; obedecer de todo o coração, sem se queixar, com a esperança de, agindo assim, assemelhar-se mais e mais ao Divino Mestre.

A obediência, para ser ​perfeita, deve ser: ​sobrenatural​ na intenção, ​universal​ na extensão, inteira na execução. Vejamos:

Sobrenatural ​ na intenção: é procurar ver nos superiores a pessoa de Jesus. E assim, é a Ele que nós obedecemos. "Obedecei a vossos senhores temporais com temor e tremor e com o singelo coração, como a Cristo; não os servindo só em sua presença, como quem quer comprazer a homens; mas antes, como servos de Cristo, que fazem nisso a vontade de Deus de coração e com boa vontade, como quem serve ao Senhor, e não a homens" (Ef 6,5-6). "Deus suprirá o que falta a seu ministro" (Sto Inácio). Não olhemos, pois, para os defeitos dos nossos superiores, o que torna a obediência mais difícil, nem para as suas qualidades, o que a torna menos meritória, mas consideremos a Deus que vive e manda em Suas pessoas.

Universal na extensão: devemos obedecer a todas as ordens do superior legítimo, sempre que manda legitimamente, especialmente, devemos obedecer à Doutrina e à Moral da Santa Igreja: "O obediente ficará vencedor em todas as dificuldades a que foi levado pela obediência, e sairá com honra dos caminhos em que entrar por obediência, por mais perigosos que possa ser" (S. Francisco de Sales). Por outros termos, o superior pode enganar-se, mandando: nós não nos enganamos, obedecendo.

Inteira ​na execução, e, por conseguinte, ​pontual, ​sem restrição, ​constante e até alegre. Pontual: o obediente ama o preceito, e, desde que o percebe de longe, seja ele qual for, quer seja conforme o seu gosto quer não, aplica-se em fazer imediatamente. Sem restrição: porque fazer seleções, obedecer em certas coisas e desobedecer em outras, é perder o mérito da obediência, é mostrar que nos sujeitamos no que agrada, e, por conseguinte, que esta submissão não é sobrenatural. Alegre: a obediência não pode ser alegre nas coisas custosas, se não for inspirada pelo amor; é que, efetivamente, a quem ama, nada é penoso, porque esse tal não pensa no sofrimento, mas naquele por quem sofre.

Parece impossível, mas, com a Graça de Deus, conseguiremos! Como disse "Nossa Mãe": "Deveis afastar a ira de Deus sobre vós com os vossos esforços" e, de modo especial, pelo esforço diário de vivermos a obediência à Fé, para fazermos o que o Senhor quer de nós.

E então, vamos viver Garabandal?

Que o Bom Deus, pelas mãos imaculadas de Nossa Mãe, abençoe a todos!

Com afeto, orações e minha bênção sacerdotal,

Pe. Viana

Paróquia do Estado de S. Paulo, Brasil

Apostolado de Garabandal em língua portuguesa, Brasil e Portugal


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